Biblioteca Manel Talhante

Escola Secundária Conde de Monsaraz

18/03/2010

Balanço do 2º Período em Fotografia

A nossa Biblioteca Escolar promoveu um conjunto de iniciativas durante este 2º Período, que se repartiram por sessões do “Autor do Mês – Vida e Obra”: Jorge Amado, Jorge de Sena e Rómulo de Carvalho; Feira do Livro do Plano Nacional de Leitura e Feira do Livro Usado, sessões de leitura dramatizadas, sessões de poesia e escrita criativa, entre outras actividades.




16/03/2010

Poema de Maria Alberta Meneres






AS PEDRAS

As pedras falam? pois falam
mas não à nossa maneira,
que todas as coisas sabem
uma história que não calam.

Debaixo dos nossos pés
ou dentro da nossa mão
o que pensarão de nós?
O que de nós pensarão?

As pedras cantam nos lagos
choram no meio da rua
tremem de frio e de medo
quando a noite é fria e escura.

Riem nos muros ao sol,
no fundo do mar se esquecem.
Umas partem como aves
e nem mais tarde regressam.

Brilham quando a chuva cai.
Vestem-se de musgo verde
em casa velha ou em fonte
que saiba matar a sede.

Foi de duas pedras duras
que a faísca rebentou:
uma germinou em flor
e a outra nos céus voou.

As pedras falam? pois falam.
Só as entende quem quer,
que todas as coisas têm
um coisa para dizer.

Maria Alberta Menéres

12/03/2010

Autor do mês de Março- Maria Alberta Menéres

Licenciada em Ciências Histórico-Filosóficas, é Professora do Ensino Técnico, Preparatório e Secundário (1965-1973), tradutora, tem vasta colaboração em jornais e revistas literárias. Dirigiu o Departamento de Programas Infantis e Juvenis da Radiotelevisão Portuguesa (1975-1986).

A par da sua actividade poética, desenvolve um importante trabalho pedagógico no âmbito da educação literária infantil e publicou vários livros para a infância e juventude incluindo poesia, contos, teatro, novelas e adaptação de clássicos. Ainda no âmbito da actividade dirigida à infância, foi directora da revista Pais, entre 1990 e 1993.

Trabalha actualmente na Provedoria de Justiça, onde tem uma linha directa de atendimento às crianças.

Tem trabalhado em parceria com António Torrado em vários livros, assim como em programas de televisão. Tem trabalhado também com Carlos Correia e Natércia Rocha, na colecção juvenil "Mistério", da Editorial Caminho.

A sua obra para a infância, que conta no total mais de 70 títulos, é caracterizada pelo humor e pela poesia, procurando alertar os jovens para os mais simples pormenores do quotidiano. Porque todas as coisas têm uma história para contar. O enquadramento da criança no contexto familiar – com especial destaque para as relações com os avós – e as possibilidades de descoberta do mundo pelos mais jovens, são temas recorrentes nos seus textos.

A sua narrativa possui um estilo muito característico, conseguido através da actualização da memória de antigas oralidades, criando no leitor um envolvimento real e mágico ao longo do desenrolar das histórias.

Como poeta, Maria Alberta Menéres tem reflectido sobre a realidade de uma subjectividade feminina, modulada numa linguagem depurada e de grande riqueza rítmica. Está representada em várias antologias nacionais e estrangeiras de poesia portuguesa.

É responsável por duas obras de referência no panorama literário contemporâneo: a versão para português actual da famosa Peregrinação, de Fernão Mendes Pinto e a organização, com Ernesto de Melo e Castro, da Antologia da Novíssima Poesia Portuguesa (com três edições nas décadas de 50/60) e da sua actualização, em 1979: Antologia da Poesia Portuguesa 1940-1977.


Retirado de: http://www.mulheres-ps20.ipp.pt/M_Alberta_Meneres.htm#Biografia


Obras de Maria Alberta Meneres

Literatura Infantil: Conversas com Versos, 1968; Figuras Figuronas, 1969; O Poeta Faz-se aos Dez Anos, 1973; Lengalenga do Vento, 1976; Hoje Há Palhaços, 1976 (com António Torrado); A Pedra Azul da Imaginação, 1977; Semana Sim, Semana Sim, 1978; A Água que Bebemos, 1981; O Ouriço Cacheiro Espreitou Três Vezes, 1981; Dez Dedos Dez Segredos, 1985; O Retrato em Escadinha, 1985; Histórias de Tempo Vai Tempo Vem, 1988; À Beira do Lago dos Encantos, 1988; Ulisses, 1989 (adaptação); No Coração do Trevo, 1992; Uma Palmada na Testa, 1993; Pêra Perinha, 1993; A Gaveta das Histórias, 1995; Sigam a Borboleta, 1996; O Cão Pastor, 2001. António Garcia Barreto, Dicionário de Literatura Infantil Portuguesa, Porto, Campo das Letras Editores, 2002 (adaptado)

05/03/2010

Lágrima de preta

"Encontrei uma preta
Manuscrito lágrima de preta
que estava a chorar,
pedi-lhe uma lágrima
para a analisar.

Recolhi a lágrima
com todo o cuidado
num tubo de ensaio
bem esterilizado.

Olhei-a de um lado,
do outro e de
frente:
tinha um ar de gota
muito transparente.

Mandei vir os ácido
s,
as bases e os sais,
as drogas usadas

em casos que tais.

Ensaiei a frio,

experimentei ao lume,
de todas as vezes
deu-me o que é costume:


Nem sinais de negro,
nem vestígios de ódio.
Água (quase tudo)
e cloreto de sódio."

António Gedeão, in Máquina de fogo

Biblioteca Prof. Manuel Talhante

A Biblioteca Escolar Prof. Manuel Talhante vai iniciar um novo projecto!!
Gostaríamos que os nossos alunos partilhassem as suas leituras, comentassem filmes, sugerissem músicas ou até mesmo páginas da internet que possam ajudar outros alunos!!!